Um Paraíso Chamado Cajon del Maipo y Embalse el Yeso
Quando eu comecei a pesquisar sobre Cajon del Maipo e ver fotos e vídeos, basicamente tudo se resumia a foto abaixo.
Porém essa foto é na represa Embalse el Yeso, sim você não leu errado, isso é uma represa e o principal reservatório de água de Santiago e embora na foto não pareça a água é bem turquesa e acaba sendo lindo porque ela é cercada de montanhas e no inverno as montanhas tão branquinhas e é lindo, mas antes de chegar aqui, nós percorremos mais de 100 km saindo de cedinho de Santiago.
Para ir até o Embalse el Yeso é possível alugar um carro e ir sozinho, porém no inverno tem neve na estrada e para quem não tem pratica, não é bom dirigir na neve principalmente numa estrada estreita e cheia de curva. Nós não fomos sozinhos e essa foi sem dúvidas a melhor escolha que fizemos, POIS, durante o percurso aprendemos várias coisas sobre a história do Chile que só foi possível graça a super aula que tivemos com nosso guia.
Contratamos o passeio pela empresa Sousa Tour no qual eu indico de olhos fechados, contratei o serviço de transfer com eles também e foi muito bom, seus funcionários são uns amorzinhos e o foco deles são os brasileiros, portanto quem fez nosso passeio falava um portunhol muito bom o que permitiu maior interação com todas as pessoas da van, acho que foram umas 15 pessoas no total, mas foi super tranquilo, vimos empresas que levavam bem mais pessoas e muita gente acaba virando muvuca, outro ponto bem legal é que a maioria das pessoas te levam até o comecinho da represa e eles te levam até o final onde tem uma prainha, lá só tinha a gente o que permitiu aproveitarmos 100% do lugar.
Fomos em setembro e se olhar no site eles só fazem esse passeio de novembro até maio, mas se o tempo tiver bom eles te levam sim em outros meses, basta entrar em contato e perguntar se eles fazem o passeio.
Começamos nosso passeio as 7h00 da manhã, fomos os primeiros a ser pegos e depois que todo mundo já estava dentro da van partimos até um posto de gasolina onde compramos comida, água e tomamos café. Durante todo o passeio você só para para ir no banheiro 3 vezes, duas na ida e uma na volta, nesse posto o banheiro é gratuito, mas na estrada é 500 pesos cada pessoa ou 1 dólar, o que eu achei muuuuito caro.
Partimos em direção a Cajon e nossa primeira parada foi em um ponte onde passava o Rio Maipo e o lugar era lindo, dava aquela sensação de paz, sabe?
Durante todo trajeto fomos ouvindo diversas histórias e curiosidades sobre a cidade, inclusive que as águas das cordilheiras era tratada e consumida pelos chilenos, e que como ela vem de muito longe batendo de pedra em pedra acaba chegando carregada de muitos minerais e depois de tratada ela chega tão pesada que muitos chilenos acabaram desenvolvendo pedras nos rins e que por nossa água no Brasil ser mais leve, quando bebemos água direto da torneira em Santiago nosso corpo acaba sentindo que tem algo bem diferente e por isso muitas pessoas passam mal, outra coisa interessante é que quando chegamos achamos que nosso sabonete era defeituoso, porque ele não fazia espuma, mas descobriremos que não tem nada de errado com o sabão, a água que acaba cortando esse efeito de espuma. Interessante, né?
Depois paramos no Túnel Tinico, esse túnel serviu de passagem para o trem de 1914 até 1980, mas durante suas obras houve um grande desmoronamento e várias pessoas morreram, anos após sua desativação um garoto também cometeu suicídio lá e muitas pessoas fizeram daquele lugar um santuário, hoje o lugar só serve mesmo para os turistas tirarem foto e eu fui uma dessas turistas, mas depois minha consciência pesou e fiquei na cabeça: "porque tiramos fotos tão felizes naquele lugar sendo que a história é tão triste?" e acabei não postando nenhuma foto minha dentro do túnel.
Fonte: Wikimedia Commons e es.wikiloc.com
Assim que você sai do túnel existe uma especie de santuário para esse menino que cometeu suicídio, e mais tarde descobri que seus pais acreditavam que seu filho se comunicava através do vento e por isso lá tem muitos cataventos. O lugar também estava bem bonito que o sol finalmente estava saindo de trás das montanhas e deixando toda paisagem mais bonita.
Logo a frente do túnel (ou antes, não tenho certeza) vimos várias casas que antigamente era usado como refugio para trabalhadores que trabalharam na construção da represa, as casas são de concretos e possivelmente um verdadeiro forno. Como de Santiago até a represa é mais de 100 km, não valia a pena esses trabalhadores saírem todos os dias da cidade até a represa, por isso foi construído essas moradias, o lugar é conhecido como Las Cascaras e hoje está desativado.
Fonte: Blog para Onde Fomos
Nossa terceira parada foi num lugar MUITO bonito, estávamos no alto da motanha e o rio lá em baixo, várias pessoas pararam para tirar fotos, pois era um cenário lindo para as fotos de casal.
A ultima parada foi no banheiro, e por fim depois de tanta história e tanta paisagem deslumbrante fomos em direção ao Embalse el Yeso, no começo da represa tem MUITO turista, chega não dá para andar de tanta gente, muitas empresas param ali, o que é bem ruim, demos uma paradinha no meio longe de toda aquela gente para tirar uma fotos e depois seguimos até a prainha que é finalzinho da represa.
Quando chegamos no final estávamos tão maravilhados com tanta beleza e ficamos cerca de meia hora só curtindo o lugar enquanto preparavam nosso lanche. Nosso passeio incluía um piquenique, e tinha suco, vinho, amendoins, queijos, bolachinhas, salame, refrigerante e outras coisinhas.
No total ficamos 1 hora e meia lá, para onde olhávamos tinha mais uma coisa bonita atrás da gente, é um dos lugares mais bonitos que conheci na minha vida e que com certeza voltaria e quando eu voltar para Santiago eu quero ir para o outro lado onde tem a parte dos banhos termais.
E para fechar o dia, não dava para ir embora sem ver uma raposa, né não?
Nós fizemos um vídeo lá no nosso canal mostrando imagens desse passeio tão incrível e se você ainda não viu aproveite para ver agora no vídeo abaixo e aproveite para ler os outros posts sobre nossa viagem.
