Um Paraíso Chamado Providência y Santa Catalina
- Thamara Moreira
- 11 de ago. de 2017
- 7 min de leitura
Decidimos separar dois dias da nossa viagem de San Andrés para conhecer a Ilha de Providência y Santa Catalina, compramos as passagens aéreas pela companhia Satena e pagamos 920.600,00 COP em duas passagens de ida e volta. O site disponibiliza o parcelamento, porém mesmo que escolha parcelar o valor cairá em seu cartão o valor integral, pois não da para parcelar compras internacionais. O avião que te leva para outra ilha sai apenas de San Andrés em 2 voos por dia com mais ou menos 20 lugares, então compre antecipadamente e fica de olho, pois as passagens costumam ser disponibilizadas para compra com 3 meses de antecedência.
A duração do voo é de 30 minutos, mas caso prefira viajar com emoção pode pegar um barco de 3 horas para chegar na ilha, mas leve remédios para enjoo, porque balança muito e é super fácil enjoar no mar.
O avião é minusculo, não tem banheiro, não serve refeições e a cabine do piloto é aberta e quando já está chegando na ilha eles abrem a janela para pegar ventinho, parece até que você está num micro ônibus, por isso levem pouca bagagem, nós deixamos a nossa no hotel de San Andrés e viajamos apenas com uma muda de roupa, documentos, a taxa turística de San Andrés (é obrigatória) e dinheiro.
A viagem é bem tranquila e da para brisar vendo a paisagem, é bem relaxante.
O aeroporto de Providência é pequeno, só tem uma sala de embarque e outra de desembarque, a bagagem é vistoriada no olhômetro e não tem detector de metal, eles passam aquele detector manual pelo seu corpo e está tudo certo.

Aeroporto da Ilha de Providência y Santa Catalina
Na frente do aeroporto tem opção de táxi, pegamos um e como vimos que a ilha é bem pequena combinamos com ele nos buscar no hotel no outro dia para nos levar no aeroporto, mas adianto que ele não apareceu e tivemos que pegar uma moto-táxi para chegar a tempo do voo.
Pegamos um Hotel no Centro, o nome era Ocen View, a localização é ótima, mas a cama é terrível, você não pode se mexer sem fazer um super barulho e para piorar sempre batíamos o joelho na quinta de madeira da cama. Jurava que ia voltar com o joelho quebrado.
No primeiro dia alugamos uma mula para conhecer a ilha, o preço é o mesmo de San Andrés, mas eles alugam por hora, não entendemos isso no inicio, pensamos que iria precisar dela o dia todo, mas não, 3 horas são mais do que o suficientes para conhecer a ilha. Providência tem MUITO morro, portanto não pode parar na estrada para apreciar a vista, tirar fotos ou entrar no mar, normalmente você desce uma pequena trilha asfaltada e chega na praia que são muito desertas, (pelo menos às 9 da manhã só tinha a gente e isso me deu um pouquinho de medo). Diferente de San Andrés a população é extremamente pobre, passamos por vários locais que me senti mal por está lá esbanjando dinheiro e de biquíni, enquanto tinha pessoas vivendo com o mínimo possível. Percebemos que a ilha não vive de turistas, quase não vimos turistas lá e sempre que víamos era as mesmas pessoas que vimos em algum outro momento, então provavelmente a ilha vive de pesca, vimos muitos pescadores e tem lugares que o cheiro de peixe é i-n-s-u-p-o-r-t-á-v-e-l.
Nessa altura do campeonato eu estava apavorada pensando como iria viver dois dias lá e me arrependendo amargamente de ter saído da minha adorada San Andrés para ir para aquela ilha, eu só conseguia ver pobreza, pessoas nada receptivas, uma mulher brigando com a gente em uma mistura de inglês com espanhol só porque estávamos no caminho dela, obras, um hospital que se resumia em uma casa, um centro que era metade de uma rua e praias bonitinhas e desertas (onde na minha cabeça maluca, tinha uma cobra gigante e ninguém entrava para não ser comido por ela), e eu só me perguntava cadê Providência dos vídeos? Sim, estava surtando, estava quase voltando para o aeroporto e implorando para me deixar voltar no voo da tarde.
Allan Bay Beach
Depois que demos uma volta na ilha que não demorou mais de duas horas, paramos do lado da ponte de Los Enamorados, que era bem pertinho do nosso hotel e decidimos atravessa-la para conhecer Santa Catalina, a ponte é velha é parte dela é flutuante, quase tive um ataque cardíaco quando pisei nela e ela desceu, mas fiquem tranquilos é seguro. Atravessamos e logo de cara vimos que dava para fazer duas trilhas, por eu já ter ouvido falar, fomos fazer a trilha da cabeça de Morgan nada otimistas com que tinha lá.
Andamos uns dez minutos na borda do mar por uma passarela e chegamos em um escadão de bilhões de degraus, subimos e cada degrau valia mais a pena, pois a vista era linda, nenhuma foto que tiramos mostrou nem 10% do que estávamos vendo. É incrível. Depois de subir, veio a descida, mais escadas. Quando chegamos nos últimos degraus vimos uma pequena praia linda, cercada de vegetação, areia grossa, água clara e calminha, parecia um lago, ficamos lá por mais ou menos 20 minutos e seguimos a trilha, conforme íamos prosseguindo, vimos várias prainhas lindas e desertas, era perfeito, dava vontade de viver lá, meu corpo inteiro era consumido pela satisfação de estar ali e finalmente a viagem estava valendo a pena para mim.
Eu adoro fazer trila no mato, é mais difícil quando se está de chinelo, mas sinto que meu corpo está em sintonia com aquela natureza e me sinto parte daquele lugar, então posso dizer com 100% de certeza que a trilha é bem legal, extremamente fácil e curtinha também, deve ter no máximo 1 km, mas acho que nem chega nisso.

Quando chegamos na Cabeça de Morgan, fiquei um pouco decepcionada pelo fim da trilha e pensei: "Que bosta, agora vamos ver uma pedra idiota que provavelmente lembra um cara que nem conheço", mas paguei minha língua, porque eu não vi dali a cabeça de ninguém, estava no topo dela e a visão de lá é perfeita, parece que morri em alguma parte da trilha e havia chegado ao paraíso naquele instante, porque é indescritível o que vimos ali.

Voltamos e passamos o dia na ilha de Santa Catalina, na volta encontramos um quiosque aberto na primeira parada que fizemos quando começamos a trilha e como tinha música lá, acabamos ficando ali mesmo. Lá conhecemos Carlos Willian, o dono do quiosque, recebe os turistas muito bem e se oferece para levar o pessoal para fazer snokel nos melhores pontos da ilha por 20 mil pesos, mas como eu não sei nadar ficamos na praia mesmo curtindo o reggae e nadando.
Fomos depois fazer a outra trilha, mas ela não é muito interessante, no fim dela tem um canhão e o caminho tem algumas casas bonitinhas, bem diferentes das casas de Providência e na hora que estávamos lá as crianças estavam voltando da escola e fiquei apaixonada pelo uniforme, vestidinho azul xadrez, meias brancas e sapatinho de boneca.
Voltamos para ficar na praia, mas Carlos Willian vende só bebidas, e quando a fome bateu, bateu forte e tivemos que voltar para Providência para comer, não estavam mais servindo almoço, pois já era tarde, então tivemos que esperar abrir uma pizzaria que era do lado do nosso hotel para comer algo.
Quando anoitece a ilha para, não tem mais nada pra fazer, então nos restou apenas dormir.
No outro dia pela manhã pegamos um barco para conhecer a ilha mais esperada de todas que foi Cayo Cangrejo, conseguimos um passeio que saia de manhã, ele nos levou até a cabeça de Morgan e a visão do barco é realmente idiota, é só uma pedra grande que parece a cabeça de um homem, mas nada demais. Depois fomos para Cayo Cangrejo.
Cayo Cangrejo é a definição de paraíso, consegue ser mais bonito que a Cabeça de Morgan, então acredite é simplesmente lindo, chegando na ilha suba até o topo para tirar uma foto e apreciar a vista, são tantas cores que você ficando pensando como aquilo existe de verdade. Pagamos 30 mil pesos cada um pelo passeio (Cayo Cangrejo + Volta na Ilha), achei bem barato, em San Andrés um passeio desses não sairia por menos de 70 mil cada. Você tem que pagar uma taxa turistica quando chega em Cayo Cangrejo, se não me engano turista paga uns 20 mil pesos, mas não tenho certeza.

Depois que tirar uma foto do topo da ilha, desça e vai fazer snokel, tem muitos peixes, caranguejos e tem quem veja tartaruga, fora que a água parece de piscina, bem clarinha e calma. Ficamos só uma hora meia lá, mas passaria o dia todo sem reclamar e sem pedir para voltar, então se quer um conselho, procura na ilha de Providência um barqueiro que te leve só para Cayo Cangrejo e fique o dia todo, será mais caro, mas você não irá se arrepender, leve comida, pois lá só vende bebida e aproveite o dia.
Após voltarmos do paraíso fomos conhecer outros pedaços de Providência, paramos em algumas praias, umas mais bonitas que as outras, mas todas bem vazias e com poucos barcos parados.
Já era 2 horas da tarde e o passeio sem previsão para acabar, o pessoal ainda estava comendo na maior tranquilidade e nosso voo era às 16h30, então pegamos uma moto-táxi para nos levar de volta ao centro de Providência onde o suposto taxista passaria para nos pegar às 15 horas, só que não, né? Fomos eu e o Lucas numa moto com um negão bem grandão, eu com o pé em cima do dele (Lucas) para não queimar meu pé no escapamento da moto, na maior adrenalina, chinelando as estradas cheias de curvas, morrendo de medo de cair da moto e sobreviver, porque se eu morresse, ok, morri, mas viver e sentir a dor de ficar toda ralada, com os ossos quebrados e provavelmente paraplégica, era uma ideia torturante.
Chegamos vivos e sem ferimentos no hotel depois de uns 15 minutos, pegamos as coisas no hotel, fizemos check out e cadê o cara? Nada do cara, ai a recepcionista do nosso hotel chamou uma moto-táxi pra gente, mas já estava tão traumatizada que pedi para que fossem dois moto-táxi e não apenas um. Chegamos no aeroporto, fizemos check-in, nos pesamos JUNTO com nossa pequena bagagem para ter certeza que o avião aguentava o peso de todo mundo (sério, como voltamos vivos de Providência?) e esperamos uns 20 minutos para embarcarmos, a volta foi tão linda quanto a ida e até mais, pois o dia estava bem mais claro. Chegamos em San Andrés exaustos e famintos, tomamos banho e fomos comer, porque comer é vida.
Eu voltaria para Providência e não apenas para ir em Cayo Cangrejo, mas voltaria mais receptiva, iria nas praias e entraria no mar sem medo de ser comida por um bicho gigante, passaria o dia nas praias, em Santa Catalina e um dia inteiro em Cayo Cangrejo. Na minha opinião 3 dias inteiros são suficientes para curtir o lugar e é parada obrigatória para quem for para San Andrés.
Aproveite para ver nosso vídeo:
Não leu sobre a nossa viagem para San Andrés? Clica aqui e saiba tudo sobre a ilha.
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